Á BOLEIA
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Quero uma mulher com a sua harpa de sombra o seu arbusto de sangue.
Com ela encontrarei a noite.
Uma mulher com quem beber e morrer.
Quando lá fora se abrir o instinto da noite
e uma ave o atravessar trespassada por um grito marítimo e
o pão for invadido pelas ondas,o seu corpo ficará em chamas mansamente sob os meus olhos palpitantes.
Ah! Em cada mulher existe uma morte silenciosa:e enquanto o dorso imagina, sob nossos dedos,
os bordões da melodia,a morte sobe pelos dedos, navega o sangue,
desfaz-se em embriaguez dentro do coração faminto.
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Grilo