OS DIAS DO CÃO / rjbernardo@hotmail.com

2003-11-11

Ao J. Walker, sem técnica ou rima.



Das mãos vazias que usas fechadas
à fachada do teu murro
vai o lastro dos copos que te obriga submerso
á iluminada incoerência das coisas sérias.

E pelo preço de um genocídio temporário
Insististe na compra de uma aventura de calçada :

Serviste-te, então, dos dentes para manusear o hálito podre das ameaças; convocaste toda a tragédia do álcool e as veias valeram-te na descoberta da fúria.
Só cedeste ao quinquagésimo segundo quilo de abandono
Erguendo, por fim, a imaginação de uma navalha de crómio afiada
Na língua dos lobos ou qualquer outra espada também capaz de rasgar cordões umbilicais.

E foi esse erguer (que perdurará sempre numa imobilidade de estátua venerável), que vai ficar colado àquele chão, para voltares a escarrar altivo - não o sangue mas apenas o sarro.


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