OS DIAS DO CÃO / rjbernardo@hotmail.com

2003-09-17

As mãos vazias



Amadureceu podre o trigo no meu peito
Ganhei a fome e a sede dos coleccionadores,
Procuro restos.
Não é mais de mim que vem o fogo.

Já não provoco homicí­dios com a boca
nem morrerei colado à tua.

O desejo não regressa do
perfume da tua noite,
Durmo na lídima aresta do milagre
e descanso no sonho dos pássaros bêbados
sobre o teu sorriso imenso.